Álbum Encruzilhada chega para desfolclorizar o diálogo com os Orixás
Em seu mais novo trabalho, Vitor da Trindade e Banda Osé cantam e rezam sobre amor,
lutas cotidianas e definições humanas, a partir de composições autorais que enaltecem sua
relação com os Orixás. “É o povo de santo cantando para o povo de santo e para quem
mais se interessar”, afirma o compositor.
Tambores em evidência, memórias afro-brasileiras e ritmos do candomblé com arranjos
contemporâneos marcam o álbum Encruzilhada, lançado neste ano, por meio da Lei de
Incentivo à Cultura Paulo Gustavo. Um marco na carreira musical e pesquisa de Trindade,
que defende a musicalidade e os ritmos populares brasileiros advindos da cultura, dos
toques e das tradições dos povos de terreiro.
Diferente de outros trabalhos, neste álbum Vitor torna mais evidente sua homenagem aos
Orixás, fazendo questão de compor a Banda Osé com músicos e artistas do candomblé,
incluindo Elias Trindade, sua esposa e Maria e Manoel Trindade, seus filhos - dando
continuidade ao legado cultural familiar Solano Trindade, patrimônio brasileiro.
Sobre a escolha da faixa de trabalho do álbum, o compositor enfatiza: “Encruzilhada é
agora. Não é antes, nem depois. Estou em um momento da vida em que preciso escolher,
pois todos os caminhos são possíveis”.
O show Encruzilhada foi produzido por Omoloye Produções Artísticas ME e está disponível
em .
Sobre os artistas
Vitor da Trindade tem 68 anos, é músico, cantor, compositor, escritor, professor e
palestrante. Doutorando em Musicologia e Interculturalidades em cadeira da Unesco pela
Franz Liszt Universitat na Alemanha, é mestre em Etnomusicologia pela ECA-USP e
graduado em Música Popular pela Fito de Osasco. É ogan do Ilê Axé Jagun há mais de 35
anos e escreveu os livros Oganilu, O Caminho do Alabê (Independente, 2015), A Vela
Branca de Oxalá (Embusca das Artes, 2022) e Ogan Alabê, Músico e Sacerdote (Editora
Hortelã, 2023). Nos seus mais de 50 anos como artista, Trindade apresenta-se por festivais
e teatros em várias cidades do Brasil e também pela Europa, África e Ásia, mostrando as
múltiplas linguagens de seu trabalho, a partir de outros sete álbuns autorais, inspirados pela
musicalidade de Benjor, Milton, Gil, Itamar Assunção, Djavan, James Brown, entre outros.
A Banda Osé, que completa 10 anos, traz a cantora Maria Trindade no vocal, a bailarina e
ekedji Elis Trindade nas coreografias, o ogan Manoel Trindade na bateria, babalaxé Manoel
Kilombo no tambor, Wilson (Ito) Alves na percussão geral, o ogan Luis Bastos no baixo e,
nos teclados, o egbomi Mauá Martins.
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