quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O rezo, o canto e o axé de Vítor da Trindade

Álbum Encruzilhada chega para desfolclorizar o diálogo com os Orixás 


Em seu mais novo trabalho, Vitor da Trindade e Banda Osé cantam e rezam sobre amor, lutas cotidianas e definições humanas, a partir de composições autorais que enaltecem sua relação com os Orixás. “É o povo de santo cantando para o povo de santo e para quem
mais se interessar”, afirma o compositor.

Tambores em evidência, memórias afro-brasileiras e ritmos do candomblé com arranjos contemporâneos marcam o álbum Encruzilhada, lançado neste ano, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo. Um marco na carreira musical e pesquisa de Trindade, que defende a musicalidade e os ritmos populares brasileiros advindos da cultura, dos toques e das tradições dos povos de terreiro.

Diferente de outros trabalhos, neste álbum Vitor torna mais evidente sua homenagem aos Orixás, fazendo questão de compor a Banda Osé com músicos e artistas do candomblé,

incluindo Elias Trindade, sua esposa e Maria e Manoel Trindade, seus filhos - dando continuidade ao legado cultural familiar Solano Trindade, patrimônio brasileiro.

Sobre a escolha da faixa de trabalho do álbum, o compositor enfatiza: “Encruzilhada é agora. Não é antes, nem depois. Estou em um momento da vida em que preciso escolher, pois todos os caminhos são possíveis”.

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Sobre os artistas

Vitor da Trindade tem 68 anos, é músico, cantor, compositor, escritor, professor e palestrante. Doutorando em Musicologia e Interculturalidades em cadeira da Unesco pela Franz Liszt Universitat na Alemanha, é mestre em Etnomusicologia pela ECA-USP e graduado em Música Popular pela Fito de Osasco.
É ogan do Ilê Axé Jagun há mais de 35 anos e escreveu os livros Oganilu, O Caminho do Alabê (Independente, 2015), A Vela Branca de Oxalá (Embusca das Artes, 2022) e Ogan Alabê, Músico e Sacerdote (Editora Hortelã, 2023). 
Nos seus mais de 50 anos como artista, Trindade apresenta-se por festivais e teatros em várias cidades do Brasil e também pela Europa, África e Ásia, mostrando as múltiplas linguagens de seu trabalho, a partir de outros sete álbuns autorais, inspirados pela musicalidade de Benjor, Milton, Gil, Itamar Assunção, Djavan, James Brown, entre outros.
A Banda Osé, que completa 10 anos, traz a cantora Maria Trindade no vocal, a bailarina e ekedji Elis Trindade nas coreografias, o ogan Manoel Trindade na bateria, babalaxé Manoel Kilombo no tambor, Wilson (Ito) Alves na percussão geral, o ogan Luis Bastos no baixo e, nos teclados, o egbomi Mauá Martins.

DISCOGRAFIA

 

VIDEO

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