segunda-feira, 22 de julho de 2019

ZONA AGBARA



SOBRE A ZONA AGBARA

A Zona Agbara é um grupo que pauta a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas utilizando a criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social. AGBARA – significado: POTÊNCIA E FORÇA em yorubá. O significado apontado acima já declara a emergência deste trabalho, que é colocar na cena da dança paulistana uma potência poética de um corpo que é marginalizado e excluído dos processos de criação coreográfica, por possuírem características físicas diferentes do padrão eurocêntrico estabelecido no cenário da dança no mundo.

E quando a discussão se volta para a questão racial, esse cenário só se concretiza. A ideia é transgredir e criar uma fissura como representatividade e referência,para que novos olhares e discussões possam surgir dentro do cenário artístico e da performance e que possamos questionar ESTETICAMENTE e POLITICAMENTE quais os espaços existentes para produção dessas artistas.

SOBRE O ESPETÁCULO

A ideia é levantar discussões antropológicas e sociais a respeito do (não) afeto enquanto parte das existências individuais e coletivas de mulheres, sobretudo negras. Além disso, propõe-se pensar a interseccionalidade entre marcadores sociais tais como raça, gênero e classe enquanto parte
consubstancial da vida, narrativa e memória da maioria da população feminina encarcerada no Brasil. A cada três mulheres presas, duas são negras – mães, pobres, com baixa escolaridade, e em sua maioria responsáveis pelo sustento de suas famílias, solteiras e sozinhas, mulheres negras preteridas.
Buscamos, por fim, problematizar as possíveis distinções desses corpos no ambiente de aprisionamento, suas diferenças tanto no campo prático, como em relação a suas existências subjetivas, refletindo sobre seus afetos, ou mesmo a negação dos mesmos, e pensar a respeito dos reflexos de seus marcadores sociais e culturais da diferença, assim como o quanto tais subjetividades informam essas existências políticas.

Mulheres em prisão demandam mudanças estruturais específicas, uma vez que tal sistema foi pensado por e para homens. Tampouco se fala das especificidades que envolvem mulheres negras no tema do encarceramento. Nesse sentido, a proposta de pesquisa da Zona Agbara centra-se no objetivo
de trazer à tona o diálogo com essas mulheres e suas especificidades, refletindo sobre discussões teóricas referentes à temática prisional atravessadas pelas vozes de mulheres encarceradas, sobretudo negras.

FICHA TÉCNICA
Concepção e Direção Artística: Gal Martins
Direção Coreográfica e Preparação Corporal: Rosângela Alves

Intérpretes Criadoras: Fabiana Pimenta, Dandara Kuntê, Luciane Barros, Dina Maia, Rosângela Alves e Gal Martins

Cantora e Percussionista: Analu Barbosa
Trilha Sonora: Danilova
Cenário: Rodrigo Selva
Figurino e Visagismo: Gil Oliveira
Texto: Dina Maia

Composição Musical: Fabiana Pimenta e Danilova
Projeto de Luz: Camila Andrade
Assistência de Iluminação: Rafael José
Fotografia: Sheila Signário e Lua Santana
Direção de Produção: Danilova
Assistente de Produção: Lua Santana

Agradecimento: Fábrica de Cultura Capão Redondo, Tiago Boogaloo Begins e Flip Couto

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